Melhores Guitarras Ate 1000: Guia Para Não Errar

Gustavo Ferreira Martins
Gustavo Ferreira Martins
8 min. de leitura

Encontrar um instrumento decente com um orçamento limitado é um desafio técnico. O mercado de entrada está saturado de produtos que parecem guitarras mas funcionam como brinquedos, apresentando problemas crônicos de afinação e acabamento.

O seu objetivo aqui é identificar ferramentas musicais reais que permitam o aprendizado sem frustrações mecânicas. Selecionamos modelos que entregam a melhor relação entre tocabilidade e preço.

Madeira e Captadores: O Que Avaliar no Orçamento?

Nesta faixa de preço, você não encontrará madeiras nobres como Ash ou Alder de primeira linha. A indústria padronizou o uso de Basswood e Poplar. Estas madeiras são leves e possuem uma ressonância equilibrada, embora careçam da complexidade harmônica de madeiras mais caras.

Isso não é um problema para iniciantes, pois o conforto físico e o peso reduzido facilitam as longas horas de estudo.

Nossas análises e classificações são completamente independentes de patrocínios de marcas e colocações pagas. Se você realizar uma compra por meio dos nossos links, poderemos receber uma comissão. Diretrizes de Conteúdo

Sobre a parte eletrônica, a regra é clara: captadores cerâmicos. Eles possuem alta saída e um som mais comprimido. Ao contrário dos ímãs de Alnico, que são mais dinâmicos e caros, os cerâmicos garantem que o som chegue forte ao amplificador, disfarçando pequenas inconsistências na técnica do estudante.

É a escolha lógica e funcional para reduzir custos sem sacrificar o volume.

Ranking: As 8 Melhores Guitarras de Entrada

1. Guitarra Tagima TG 510 WH Woodstock Series

A Tagima TG 510 é a escolha mais racional para quem busca versatilidade imediata. Diferente dos modelos clássicos com três captadores simples (Single Coils), este modelo modernizado apresenta uma configuração HSS (Humbucker, Single, Single).

Isso significa que você tem um captador duplo na ponte para tocar rock com distorção sem o ruído de fundo irritante, mantendo os outros dois captadores para sons limpos e cristalinos.

Este instrumento atende perfeitamente estudantes que transitam entre o pop leve e o hard rock. O corpo em Basswood é leve, evitando dores nas costas, e o braço possui um perfil em 'C' confortável para mãos de todos os tamanhos.

A série Woodstock da Tagima tem um controle de qualidade superior à linha Memphis, oferecendo trastes mais bem nivelados que permitem uma ação de cordas mais baixa após a regulagem.

Prós
  • Configuração HSS oferece versatilidade de timbres
  • Captador da ponte lida bem com distorção
  • Braço confortável com acabamento acetinado
Contras
  • Tarraxas simples podem perder afinação em bends agressivos
  • Nut de plástico básico requer lubrificação

2. Guitarra Strinberg STS-100 Strato Preta

A Strinberg STS-100 é a concorrente direta que muitas vezes supera a Tagima em acabamento estético. Se você prioriza uma pegada mais moderna e um visual limpo, esta guitarra se destaca.

A Strinberg costuma entregar braços ligeiramente mais finos e rápidos, o que favorece quem tem mãos menores ou pretende tocar solos com mais velocidade futuramente.

Sonoramente, ela entrega o clássico estalo de uma Stratocaster. Os três captadores single coil produzem aquele timbre brilhante e percussivo, ideal para funk e blues. O ponto crítico aqui é a blindagem: como em toda Strato de entrada, o ruído de 60hz (aquele zumbido quando você não está tocando) é perceptível se você usar muito ganho no amplificador.

Para sons limpos (clean), no entanto, ela oferece uma definição surpreendente para a categoria.

Prós
  • Acabamento geral costuma ser superior à média
  • Braço com perfil moderno e rápido
  • Timbre limpo com boa definição
Contras
  • Ruído natural dos captadores single coil
  • Ponte tremolo desafina se usar muito a alavanca

3. Guitarra Tagima TG-530 Black Woodstock Series

A TG-530 é a homenagem da Tagima às Stratos dos anos 50 e é perfeita para os puristas. Se a sua referência musical é David Gilmour, John Mayer ou Eric Clapton, a configuração SSS (três singles) deste modelo é obrigatória.

Ela não tem o peso do humbucker da TG-510, mas compensa com uma riqueza de médios e agudos que cortam bem na mixagem de uma banda.

O diferencial técnico deste modelo costuma ser o verniz do braço, que tem uma tonalidade vintage amarelada. É importante notar que o verniz brilhante pode gerar um pouco de atrito se sua mão suar muito.

A construção é sólida, mas como é um modelo focado no estilo 'vintage', as tarraxas e a ponte seguem padrões antigos que exigem uma montagem de cordas correta para manter a estabilidade.

Prós
  • Estética e sonoridade vintage autênticas
  • Excelente para Blues, Funk e Pop
  • Ótima base para upgrades futuros
Contras
  • Verniz do braço pode ser pegajoso para alguns
  • Sem captador de ganho alto para Metal

4. Guitarra Memphis MG-30 Sunburst by Tagima

A linha Memphis é a submarca econômica da Tagima. A MG-30 é indicada estritamente para quem está com o orçamento extremamente apertado ou precisa de uma 'guitarra de batalha' para levar a lugares perigosos.

A construção é mais simples, utilizando madeiras com menos tempo de secagem e ferragens mais genéricas.

Você deve estar ciente de que a MG-30 quase sempre exige uma visita imediata a um luthier. As pontas dos trastes podem vir um pouco ásperas e a altura das cordas alta de fábrica. Uma vez regulada, ela se torna um instrumento funcional para aprendizado.

O timbre é honesto, mas os captadores têm menos saída e definição comparados à série Woodstock (TG-530/510).

Prós
  • Preço extremamente acessível
  • Visual Sunburst clássico bem executado
  • Peças de reposição fáceis de encontrar
Contras
  • Acabamento dos trastes geralmente inferior
  • Ferragens com menor durabilidade
  • Necessita de regulagem urgente ao sair da caixa

5. Guitarra Aria STG-003 Black Stratocaster

A Aria Pro II é uma marca japonesa com história, e a STG-003 é sua entrada no mercado de baixo custo. Esta guitarra é ideal para quem quer fugir do óbvio (Tagima/Strinberg) e valoriza um controle de qualidade mais rígido.

Frequentemente, a Aria entrega instrumentos com trastes mais bem polidos e uma pintura mais resistente do que as marcas nacionais de entrada.

O corpo geralmente é sólido e o braço em Maple oferece uma tocabilidade muito fluida. Sonoramente, ela é brilhante e articulada. É uma excelente opção para estudantes que tocam em igrejas ou bandas de pop rock, onde a clareza do som é mais importante que a distorção pesada.

A escala em techwood ou rosewood escuro confere um visual mais nobre ao instrumento.

Prós
  • Controle de qualidade consistente
  • Braço confortável e bem acabado
  • Marca com herança histórica
Contras
  • Menos popular no mercado de revenda
  • Captação pode soar um pouco magra em graves

6. Guitarra Tagima TG 510 BK Preta

Esta é a variação 'All Black' da TG 510 mencionada anteriormente. A estética aqui não é apenas um detalhe: o visual preto com escudo preto e ferragens cromadas ou pretas atrai imediatamente fãs de rock mais pesado e metal.

Se a aparência do instrumento motiva você a tirá-lo do suporte e praticar, então este é o modelo certo.

Tecnicamente, mantém a configuração HSS. O humbucker na ponte é crucial para estilos como Punk, Grunge e Metal, pois oferece o 'punch' necessário para riffs abafados (palm muting).

A pintura preta sólida é espessa e protege bem a madeira contra batidas, algo comum nas mãos de iniciantes. É um tanque de guerra para o estudo diário.

Prós
  • Visual agressivo e moderno
  • Versatilidade para gêneros mais pesados
  • Boa resistência estrutural
Contras
  • Marcas de dedo aparecem muito no acabamento preto
  • Potenciômetros podem apresentar chiado com o tempo

7. Guitarra Elétrica Thomaz TEG 310 Preta

A Thomaz é uma marca que foca exclusivamente no preço baixo. A TEG 310 é um instrumento genérico, muitas vezes vindo das mesmas fábricas que produzem para diversas outras marcas de entrada.

É uma opção válida apenas se o orçamento for o fator decisivo absoluto e você não puder alcançar uma Tagima Woodstock ou Strinberg.

Você deve esperar inconsistências. Algumas unidades vêm razoáveis, outras precisam de ajustes sérios na altura das cordas e na entonação. O corpo pode ser feito de madeiras laminadas em vez de peças sólidas, o que reduz o sustento das notas.

Recomendada para hobbyistas casuais que querem apenas experimentar o instrumento sem compromisso sério de longo prazo.

Prós
  • Preço muito abaixo da média
  • Pacote visualmente completo
Contras
  • Controle de qualidade aleatório
  • Tarraxas com pouca precisão
  • Madeiras de qualidade inferior

8. Guitarra Strato Seven Sgt-207 Branca

A Seven entra no mercado para competir no segmento de entrada com um visual atraente. A Sgt-207 branca tem uma aparência limpa que remete a grandes clássicos do rock. É um instrumento voltado para o estudante iniciante que toca sentado em casa.

O corpo é leve, o que é um ponto positivo para crianças e adolescentes.

Entretanto, a parte elétrica é básica. Os captadores cumprem a função de amplificar o som, mas não espere grande definição ou separação de notas em acordes complexos. O foco aqui é a ergonomia básica para aprender os primeiros acordes.

Assim como a Memphis, considere reservar um valor extra para trocar as cordas originais e ajustar o tensor do braço logo na primeira semana.

Prós
  • Estética bonita e chamativa
  • Leve e ergonômica para jovens
Contras
  • Componentes elétricos frágeis
  • Sustentação das notas é curta
  • Requer troca imediata de encordoamento

Single Coil ou Humbucker: Qual a Melhor Opção?

A escolha dos captadores define o que você poderá tocar. Os Single Coils (simples) são finos, brilhantes e definidos. Eles são a alma do Blues, Funk, Reggae e Pop. O problema é o ruído: eles captam interferência elétrica.

Se você mora em locais com fiação antiga ou usa muitas luzes perto do amplificador, ouvirá um zumbido.

Os Humbuckers (duplos) foram criados para cancelar esse ruído ('buck the hum'). Eles têm um som gordo, quente e com mais volume. São essenciais para Rock Clássico, Hard Rock e Metal.

Para um iniciante indeciso, a configuração HSS (Humbucker na ponte, dois Singles no meio e braço) é a melhor ferramenta de aprendizado, pois cobre todos os terrenos sonoros em um único instrumento.

A Importância da Regulagem em Guitarras Baratas

Uma guitarra de 5 mil reais desregulada toca pior que uma guitarra de 800 reais bem ajustada. No segmento de entrada, as fábricas economizam na mão de obra de acabamento. É comum que a guitarra chegue com as cordas altas (ação alta), o que dificulta apertar as notas e pode desanimar o estudante.

Não julgue o instrumento assim que tirá-lo da caixa. Um luthier profissional pode ajustar o tensor, baixar a ponte e limar o nut (pestana). Esse procedimento transforma a tocabilidade, tornando o braço macio e a afinação estável.

Considere esse serviço como parte obrigatória do investimento inicial, não um custo extra opcional.

Tagima, Memphis ou Strinberg: Comparativo de Marcas

A Tagima (série Woodstock/TG) é a líder de mercado por um motivo: facilidade de revenda e peças de reposição abundantes. É a escolha segura. Se você não gostar ou quiser evoluir, vende rápido.

A qualidade é mediana, mas consistente o suficiente para ser a 'padrão ouro' dos iniciantes.

A Memphis é a linha de baixo custo da Tagima. A qualidade cai sensivelmente em ferragens e madeira. Só vale a pena se a diferença de preço para a linha Woodstock for significativa.

A Strinberg corre por fora oferecendo muitas vezes um acabamento de pintura e braço superior à Tagima na mesma faixa de preço, sendo a preferida de quem busca um visual mais moderno e menos 'vintage'.

Perguntas Frequentes (FAQ)

Conheça nossos especialistas

Artigos Relacionados