Melhor Graphic MSP: 10 HQs Para Redescobrir a Turma

Gustavo Ferreira Martins
Gustavo Ferreira Martins
12 min. de leitura

O selo Graphic MSP transformou a forma como vemos os personagens da Mauricio de Sousa Produções. Artistas consagrados dos quadrinhos nacionais foram convidados a criar suas próprias versões de figuras icônicas como Mônica, Cebolinha, Astronauta e Chico Bento.

O resultado é uma coleção de romances gráficos com histórias profundas, artes impressionantes e abordagens que atendem tanto aos fãs nostálgicos quanto aos novos leitores. Este guia analisa 10 das obras mais impactantes do selo para ajudar você a encontrar a HQ ideal para sua estante.

Critérios Para Escolher Sua Próxima Graphic MSP

Navegar pelo catálogo extenso da Graphic MSP pode ser um desafio. Para fazer a escolha certa, considere alguns pontos que definem cada obra:

Nossas análises e classificações são completamente independentes de patrocínios de marcas e colocações pagas. Se você realizar uma compra por meio dos nossos links, poderemos receber uma comissão. Diretrizes de Conteúdo

  • Personagem e Gênero: Você prefere a nostalgia da Turma da Mônica, a ficção científica do Astronauta ou a aventura pré-histórica do Piteco? Cada HQ explora um gênero diferente, do drama ao terror.
  • Estilo de Arte: A liberdade criativa é a marca do selo. A arte pode variar de traços cartunescos e coloridos a estilos realistas e sombrios. Pesquise o trabalho do artista para ver se agrada a você.
  • Temática: As histórias abordam desde amizade e superação até questões existenciais, luto e críticas sociais. Pense no tipo de narrativa que você mais aprecia.
  • Formato: As edições são lançadas em capa dura, ideais para colecionadores, e em capa cartão, mais acessíveis. Sua escolha dependerá do seu orçamento e do valor que dá à durabilidade.

Análise: As 10 Melhores Graphic MSP Para Colecionar

1. Turma da Mônica: Lições

Continuação direta da aclamada "Laços", a obra de Vitor e Lu Cafaggi aprofunda as consequências das decisões tomadas pela Turma. Em "Lições", os amigos são forçados a lidar com a separação e o crescimento.

A trama foca nos desafios individuais de Mônica, Cebolinha, Cascão e Magali ao enfrentarem seus próprios medos e responsabilidades, mostrando que amadurecer envolve cometer erros e aprender com eles.

A arte dos irmãos Cafaggi continua a evocar uma nostalgia reconfortante, com cores suaves e um traço que equilibra o clássico e o moderno.

Esta Graphic MSP é a escolha ideal para quem se emocionou com "Laços" e busca uma história sobre as dores e delícias do crescimento. Se você é um leitor que cresceu com a Turma da Mônica e hoje aprecia narrativas com maior profundidade emocional, encontrará em "Lições" uma experiência tocante e familiar.

A HQ funciona como uma ponte entre a infância e a vida adulta, explorando temas como culpa, perdão e a importância de aceitar as falhas, tanto as suas quanto as dos outros. É uma leitura que conforta e faz refletir.

Prós
  • Roteiro maduro e emocionalmente ressonante.
  • Desenvolve os personagens de forma individual e complexa.
  • Arte nostálgica que complementa perfeitamente a história.
Contras
  • A experiência é significativamente melhorada com a leitura prévia de "Laços", tornando-a menos independente.

2. Astronauta: Singularidade

Em "Singularidade", Danilo Beyruth eleva o Astronauta a um novo patamar de ficção científica existencial. A história segue o personagem em uma missão para investigar um buraco negro, mas o que ele encontra o leva a questionar a natureza da realidade, do tempo e de sua própria existência.

A narrativa é densa, complexa e cheia de conceitos científicos que servem de pano de fundo para uma jornada de autodescoberta e solidão cósmica. A arte de Beyruth é cinematográfica, com um domínio de luz e sombra que transmite a imensidão e o perigo do espaço.

Este romance gráfico é perfeito para fãs de ficção científica hard, na linha de obras como "2001: Uma Odisseia no Espaço" e "Interestelar". Se você gosta de histórias que o fazem pensar e que permanecem com você muito depois do final da leitura, "Singularidade" é uma aquisição obrigatória.

A obra afasta o Astronauta de sua imagem infantil e o transforma em um explorador atormentado por dilemas filosóficos, ideal para leitores que buscam um desafio intelectual e visual nos quadrinhos nacionais.

Prós
  • Ficção científica de alta qualidade com conceitos complexos.
  • Arte espetacular com enquadramentos cinematográficos.
  • Trama filosófica que convida à reflexão.
Contras
  • A narrativa densa e os termos científicos podem ser um obstáculo para leitores casuais.

3. Capitão Feio: Memórias

Magno e Marcelo Costa realizam um trabalho primoroso ao dar profundidade a um dos vilões mais unidimensionais da Turma da Mônica. Em "Memórias", descobrimos a origem trágica do Capitão Feio, explorando sua infância, suas motivações e o evento que o transformou no mestre da sujeira.

A história é contada de forma não linear, misturando o presente sombrio do personagem com flashbacks melancólicos. A arte contribui para o tom pesado, com traços expressionistas e uma paleta de cores dessaturada que reflete a alma atormentada do protagonista.

Esta HQ é indicada para quem gosta de histórias de origem de vilões e narrativas que humanizam antagonistas. Se você aprecia releituras sombrias e psicológicas, como "Coringa" de Todd Phillips, encontrará em "Capitão Feio: Memórias" uma grata surpresa.

A obra é um estudo de personagem denso, que transforma uma piada recorrente dos gibis em uma figura complexa e digna de empatia. É a prova de que mesmo os cantos mais obscuros do universo Mauricio de Sousa guardam grandes histórias.

Prós
  • Humanização brilhante de um vilão clássico.
  • Roteiro denso e com forte carga dramática.
  • Arte sombria que estabelece um clima opressor.
Contras
  • O tom extremamente melancólico pode ser cansativo para quem busca uma leitura mais leve.

4. Chico Bento: Viola (Volume 44)

Pedro Mauro e Carlos Estefan criam uma narrativa que parece um "faroeste caipira". Em "Viola", Chico Bento, já adulto, é um homem marcado por uma tragédia do passado e que busca redenção.

A história é um drama rural sobre família, honra e as consequências de nossas escolhas. A trama se desenrola em um ritmo cadenciado, como uma moda de viola, e a arte de Pedro Mauro, com seu traço realista e hachuras precisas, confere um ar de classicismo e peso à jornada do protagonista.

Se você é fã de dramas rurais e histórias com forte identidade cultural brasileira, "Chico Bento: Viola" é a escolha certa. A HQ é perfeita para leitores que apreciam narrativas mais sóbrias e adultas, que trocam a ação desenfreada por uma construção lenta de tensão e atmosfera.

É uma visão do Chico Bento que poucos imaginariam: um homem sério, atormentado e que carrega o peso do mundo em seus ombros. Uma obra para quem busca uma releitura que respeita a essência do personagem, mas o insere em um contexto muito mais duro e realista.

Prós
  • Forte identidade cultural brasileira, com clima de "faroeste caipira".
  • Arte realista e detalhada que confere peso à narrativa.
  • Roteiro maduro sobre redenção e honra.
Contras
  • O ritmo lento e contemplativo pode não agradar a todos os leitores.

5. Piteco: Presas (Volume 33)

Eduardo Ferigato entrega uma aventura pré-histórica brutal e cheia de adrenalina. Em "Presas", Piteco e sua tribo enfrentam uma ameaça que vai além dos dinossauros: um povo misterioso e canibal.

A história é uma jornada de sobrevivência visceral, onde a violência é explícita e as consequências são permanentes. Ferigato não poupa o leitor de cenas de caça, combate e horror, criando uma narrativa que pulsa com energia primitiva.

A arte é dinâmica, com um traço forte e cores vibrantes que saltam da página.

Esta Graphic MSP é perfeita para os amantes de ação e aventura. Se você gosta de histórias como "Conan, o Bárbaro" ou épicos de sobrevivência, "Piteco: Presas" é um prato cheio. A HQ é uma das mais intensas do selo, ideal para quem busca uma leitura com altas doses de testosterona e sequências de luta de tirar o fôlego.

Afasta-se completamente do humor ingênuo das tirinhas originais para entregar uma experiência selvagem e implacável.

Prós
  • Ação pré-histórica intensa e visceral.
  • Arte dinâmica e cheia de energia.
  • Trama de sobrevivência com altas apostas.
Contras
  • A violência gráfica pode ser um impeditivo para leitores mais sensíveis.

6. Mauricio: Repórter (Volume 47)

"Mauricio: Repórter" é uma das obras mais singulares do selo Graphic MSP. Em vez de reimaginar um personagem fictício, a jornalista e roteirista Alessandra Freitas conta a história do próprio Mauricio de Sousa em seus primeiros anos de carreira, quando atuava como repórter policial.

A HQ é uma biografia em quadrinhos que documenta a São Paulo dos anos 1950 e mostra a jornada do jovem Mauricio, que sonhava em ser desenhista enquanto cobria crimes e o cotidiano da cidade.

Esta HQ é a escolha perfeita para quem tem curiosidade sobre a vida do criador da Turma da Mônica e a história por trás do império que ele construiu. Se você se interessa por biografias, jornalismo e pela história de São Paulo, encontrará aqui uma leitura rica e informativa.

É uma obra que foge completamente da ficção para entregar um retrato honesto e fascinante de um dos maiores nomes da cultura pop brasileira. Uma compra certa para fãs ardorosos e entusiastas de quadrinhos nacionais.

Prós
  • Biografia fascinante sobre o início da carreira de Mauricio de Sousa.
  • Contexto histórico rico da São Paulo dos anos 50.
  • Abordagem única dentro do selo Graphic MSP.
Contras
  • Não é uma releitura de personagem, o que pode frustrar quem busca uma história de aventura ou fantasia.

7. Magali: Receita

Carol Rossetti usa a relação de Magali com a comida como fio condutor para uma história delicada sobre família, memória afetiva e luto. Em "Receita", Magali precisa lidar com a doença de sua tia Nena, a pessoa que a ensinou a cozinhar.

A trama explora como os sabores e os aromas podem evocar lembranças e conectar gerações. É uma HQ que aquece o coração, focada nas relações humanas e na importância dos pequenos gestos.

Esta HQ é para quem busca uma leitura sensível e reconfortante. Se você gosta de histórias que exploram laços familiares e emoções genuínas, "Magali: Receita" é uma escolha excelente.

A obra é ideal para ser lida em uma tarde tranquila, acompanhada de uma xícara de chá. É uma abordagem que aprofunda a personagem para além de sua famosa fome, mostrando a comida como um ato de amor e uma forma de preservar a memória de quem amamos.

Prós
  • História emocional e delicada sobre família e memória.
  • Arte expressiva com cores quentes que complementam o tom da narrativa.
  • Dá uma nova camada de profundidade à personagem Magali.
Contras
  • A simplicidade e a falta de um grande conflito podem não agradar quem prefere tramas mais complexas.

8. Cebolinha: Erros

Paulo Moreira, conhecido como Pato, cria uma das narrativas mais experimentais e metalinguísticas do selo. Em "Erros", Cebolinha precisa entregar um plano infalível para um concurso, mas se vê paralisado por um bloqueio criativo.

A HQ mergulha na mente do personagem, explorando a ansiedade, a pressão pelo sucesso e o medo de falhar. A arte é altamente estilizada, fugindo do realismo para expressar visualmente os sentimentos confusos do protagonista.

Esta Graphic MSP é perfeita para artistas, escritores, criadores de conteúdo e qualquer pessoa que já tenha enfrentado a temida "página em branco". Se você aprecia narrativas que quebram a quarta parede e exploram a própria natureza do processo criativo, "Cebolinha: Erros" será uma experiência única.

É uma HQ corajosa e diferente, que usa um dos personagens mais famosos da MSP para discutir temas universais como insegurança e a síndrome do impostor.

Prós
  • Abordagem criativa e metalinguística sobre bloqueio criativo.
  • Arte única e estilizada que se destaca no selo.
  • Temática universal que ressoa com qualquer pessoa criativa.
Contras
  • O estilo de arte não convencional pode não ser do agrado de todos os leitores.

9. Marina: Expressão (Capa Dura)

Raphael Salimena aborda temas extremamente contemporâneos em "Marina: Expressão". A história mostra a personagem, conhecida por seu talento com o desenho, lidando com a pressão das redes sociais, a busca por validação online e a dificuldade de encontrar sua própria voz artística em meio a tantas influências.

A trama discute a cultura do cancelamento e a ansiedade gerada pela exposição constante, tudo sob o olhar sensível de uma jovem artista.

Esta HQ é ideal para o público jovem-adulto e para leitores que vivem os dilemas da era digital. Se você se interessa por discussões sobre saúde mental, identidade e o impacto da internet em nossas vidas, "Marina: Expressão" é uma leitura relevante e necesaria.

Salimena consegue traduzir para os quadrinhos os anseios de uma geração que cresceu conectada, tornando esta obra um retrato fiel de seu tempo.

Prós
  • Temas modernos e altamente relevantes para o público jovem.
  • Discussão pertinente sobre redes sociais e saúde mental.
  • Arte vibrante que captura a energia do universo digital.
Contras
  • O foco intenso em cultura de internet pode fazer a história parecer datada no futuro.

10. Penadinho 3 (Volume 3)

A trilogia do Penadinho, por Cristina Eiko e Paulo Crumbim, é um exercício de charme, humor e melancolia. Este volume, intitulado "Vida", conclui a jornada do fantasminha em busca de se lembrar de quem foi.

A história mistura o humor gótico característico da turma do cemitério com uma busca existencial sobre identidade e propósito. A arte do casal de autores é cativante, com um traço arredondado e expressivo que dá vida (ou pós-vida) aos personagens de forma única.

Esta HQ é perfeita para quem gosta de um humor inteligente com um toque de melancolia, na linha das animações de Tim Burton. Se você aprecia histórias que equilibram o cômico e o tocante, a trilogia do Penadinho é uma excelente pedida.

Embora este seja o terceiro volume, a qualidade da obra justifica a busca pelos anteriores para ter a experiência completa. É uma leitura leve, mas com um coração enorme.

Prós
  • Humor gótico inteligente e charmoso.
  • Arte expressiva e cativante.
  • Encerra de forma satisfatória a jornada do personagem.
Contras
  • A leitura dos dois volumes anteriores é essencial para a compreensão total da trama.

Capa Dura vs. Capa Cartão: Qual Edição Vale a Pena?

Uma dúvida comum entre colecionadores e novos leitores é qual formato escolher. Ambas as edições possuem o mesmo conteúdo de história, mas diferem em acabamento e preço.

  • Capa Dura: Ideal para colecionadores. Oferece maior durabilidade, papel de gramatura superior (geralmente couchê) e um acabamento mais robusto que fica ótimo na estante. É a edição definitiva, mas seu preço é mais elevado.
  • Capa Cartão: Perfeita para quem busca um preço mais acessível ou prioriza a leitura em vez do colecionismo. O papel costuma ser offset, e a capa flexível torna o volume mais leve e fácil de transportar. É uma excelente porta de entrada para o selo.

Para quem deseja apenas conhecer a história, a edição em capa cartão é mais que suficiente. Já para os fãs que querem guardar as obras como um tesouro em sua coleção, o investimento na capa dura vale a pena pelo apelo visual e pela longevidade.

Os Artistas Por Trás das Releituras da MSP

O grande trunfo do selo Graphic MSP, sob a curadoria do editor Sidney Gusman, foi convidar talentos consolidados dos quadrinhos independentes do Brasil para imprimir sua visão autoral sobre os personagens de Mauricio de Sousa.

Nomes como Danilo Beyruth, Vitor e Lu Cafaggi, Gustavo Duarte, Shiko, Marcelo D'Salete e muitos outros trouxeram uma diversidade de estilos e abordagens narrativas que revitalizaram a Turma da Mônica para um novo público.

Essa liberdade criativa permitiu que cada HQ tivesse uma identidade própria, transformando o projeto em uma vitrine do que há de melhor na produção de quadrinhos nacionais.

Onde Encontrar e Começar a Sua Coleção?

Começar sua coleção de Graphics MSP é simples. As HQs estão disponíveis nas principais livrarias e lojas online do Brasil, além de comic shops especializadas. Para decidir por onde começar, a melhor dica é seguir seu instinto.

Escolha um personagem de que você já gostava na infância ou opte por um gênero que lhe interesse, como ficção científica, drama ou aventura. A maioria das histórias é autocontida, então você não precisa se preocupar com uma ordem cronológica de leitura, exceto no caso de trilogias específicas como a da Turma da Mônica ("Laços", "Lições", "Lembranças") ou a do Penadinho.

Perguntas Frequentes

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